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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Poema no ônibus

Todo ano ano é a mesma indignação.
Sobe o preço do ônibus e do lotação.
Todo ano é a mesma vergonha.
O apetite de uns, uma peçonha.
O salário de outros, uma pamonha.
Todo ano é o mesmo serpentário,
Os políticos dando de salafrário.
Sobe o salário baixo pelo mínimo,
sobe o salário alto pelo máximo.
Todo é ano é a mesma enrolação.
O ganho dos políticos bem acima da inflação,
o da plebe bem abaixo do que eles dão.
Todo ano a mídia fala grosso,
o povo fica na carne de pescoço,
e os políticos num grande alvoroço.
Depois, vem o velho e bom carnaval,
a massa deixa a roupa no varal
E cai na folia do jeito que pode.
É sempre aí que ela f...erra.
Bom cabrito é o que mais berra.
Chega a hora da nova eleição.
E cada traíra recebe a redenção.
Começa tudinho de novo.
Sobe o táxi, o ônibus e o lotação.
Pau e pau no lombo do povo.
Só se elege quem tem grana pra campanha.
Só tem grana quem serve a algum senhor.
Bom político é quem tem jeito e manha
E aí que, às vezes, bate o pavor,
E recomeça a troca de favor.

por Juremir Machado da Silva - 13/02/2011 15:46 - Atualizado em 14/02/2011 10:32

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