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O Ministério Público do RS denunciou nesta segunda-feira (21) o bancário Ricardo José Neis por 17 tentativas de homicídio triplamente qualificadas. Neis era o motorista do Golf preto que atropelou ciclistas integrantes do grupo Massa Crítica em Porto Alegre, no final de fevereiro. Como agravantes, o MP cita crime cometido por motivo fútil, mediante meio que resultou em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Em sua decisão, a promotora Lúcia Helena Callegari considera que, no momento em que acelerou sobre as vítimas, o motorista deu início ao ato de matar, o que se comprova pelos vários ferimentos descritos nos boletins de atendimento médico das vítimas. Além disso, a promotora afirma que os atos criminosos demonstram “extremo egoísmo e individualismo”, já que o ataque ocorreu como reação desproporcional à incapacidade do veículo avançar com rapidez pela via pública tomada pelos ciclistas. Além disso, o fato de ter atingido ciclistas pelas costas, muitos deles distraídos, e com um veículo em alta velocidade também caracteriza, segundo a juíza do MP, agravante para a atitude criminosa do acusado.
No momento, Ricardo José Neis encontra-se detido no Presídio Central, depois de decisão da juíza Rosane Michels, que ordenou que o bancário fosse removido do Hospital Parque Belém, zona sul de Porto Alegre. O bancário havia sido internado no hospital a pedido de seus advogados, sob a alegação de stress pós-traumático e risco de suicídio. O motorista também teve negado pedido de habeas corpus, já que o desembargador Odone Sanguiné, da 3ª Câmara Criminal do TJRS, concluiu não haver ilegalidade evidente que justificasse a concessão de liberdade provisória.
Ricardo José Neis pilotava um Golf preto no começo da noite de 25 de fevereiro, quando atropelou ciclistas ligados ao grupo Massa Crítica, que transitavam pela rua José do Patrocínio, bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Um desentendimento anterior, no qual uma pequena colisão ocorreu, teria sido o estopim da agressão. Logo após o primeiro incidente, o veículo acelerou por cima dos ciclistas, vindo de trás. Oito pessoas foram atendidas no Hospital de Pronto Socorro da capital gaúcha. Após a agressão, o veículo fugiu. Neis apresentou-se dias depois, alegando que o atropelamento ocorreu enquanto tentava fugir, junto com seu filho de 15 anos, de uma tentativa de linchamento por parte dos ciclistas.
Por Igor Natusch/SUL21
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