Na reunião da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, hoje (4/3) pela manhã, o vereador Valter Nagelstein, líder do governo Fogaça, agrediu verbalmente sua companheira de governo, Brisabel Rocha (PTB), que representava a Secretaria Municipal da Saúde.
O simples fato dela não se subordinar às suas ordens de ocultar fatos, ou de tumultuar a sessão, para que não se chegasse a lugar nenhum, levou o vereador ao total destempero.
Ao final da sessão, o machão lascou a seguinte frase contra Brisabel: "sua moleca, tu não deverias estar aqui".
Em sua defesa, já na sessão plenária à tarde, Nagelstein lembrou que em algumas sociedades as mulheres têm seus clitóris extirpados. O vereador afirmou ter repreendido a representante da Saúde que depôs hoje na Cosmam, por ela estar sendo insubordinada. “Se alguém vem aqui e eu dou uma orientação, não tirei isso da cartola, isso vale para homens e mulheres, que estão subordinados a um conjunto de comandos, a uma hierarquia”, argumentou Nagelstein, defendendo que “se ela desobedece, se somando a uma claque contra o governo que deveria representar”, deve sim ser repreendida.
Tanto o PT, como o PSOL defenderam Brisabel, pela forma deselegante como o líder de Fogaça na CMPA a tratou, chamando de "moleca".
Pedro Ruas (PSOL) disse ser equivocada a ideia de que a bancada de oposição quer a “morte” do governo. “Temos tantas obrigações com relação à cidade quanto a bancada de situação, não queremos a morte de ninguém, nem mesmo política, queremos sim que o Município tenha recursos”. Quanto à forma como o líder do governo se dirigiu à Brizabel Rocha, tratando-a com a expressão "moleca", Ruas afirmou ser uma atitude totalmente equivocada. "Aqui, ela veio para prestar um serviço público à sociedade, foi convidada para depor, vem dar informações e não pode ser tratada dessa forma, aqui ela tem a obrigação de falar a verdade", concluiu.
Sofia Cavedon (PT) criticou o líder do governo, que chamou de "moleca" a representante da Secretaria Municipal de Saúde, Brisabel Rocha, durante reunião hoje pela manhã na Cosmam. A vereadora também lamentou o aumento de mais de 100% nos assassinatos de mulheres na Capital em 2009 por maridos e ex-maridos. "Estes crimes mostram que muitos homens ainda têm a ideia de que a mulher é uma propriedade."
Fernanda Melchionna (PSOL) considerou "machista e autoritária" a postura de Valter. "É a postura de um ditador que acha que pode desautorizar uma mulher e chamá-la de moleca."
Maria Celeste (PT) falou do preconceito ainda existente no parlamento, "onde nos deparamos com visões machistas de homens que deveriam dar o exemplo". Celeste informou que irá entrar com requerimento contra a forma como o líder do governo se dirigiu à representante da Secretaria da Saúde, a quem ele se referiu como “moleca”.
Não será surpresa, se nos próximos dias, aparecer no Diário Oficial de Porto Alegre a exoneração de Brisabel.
Este blog gostaria de lembrar ao nobre vereador, que também é advogado, assédio moral é crime.
O artigo 136-A do novo Código Penal Brasileiro institui que assédio moral no trabalho é crime, com base no decreto - lei n° 4.742, de 2001. O Congresso Nacional então decreta, no artigo 1° - O decreto lei n° 2.848, de 07 de dezembro de 1940, que no artigo 136- A, depreciar, de qualquer forma, e reiteradamente, a imagem ou o desempenho de servidor público ou empregado, em razão de subordinação hierárquica funcional ou laboral, sem justa causa, ou trata-lo com rigor excessivo, colocando em risco ou afetando sua saúde física ou psíquica pode acarretar uma pena de um a dois anos de reclusão. Ainda no mesmo artigo consta que desqualificar, reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes, a auto-estima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em razão de vínculo hierárquico funcional ou laboral pode causar a detenção de três meses a um ano e multa.
Fonte de consulta: http://www.camarapoa.rs.gov.br/
Foto: Lívia Stumpf
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