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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Carta apócrifa: uma covardia que deve ser punida.



A reportagem da Folha de São Paulo de domingo, 15/08, na qual sou exposto levianamente, é peça exemplar de certo jornalismo afeito ao convívio com grampeadores, ex-policiais da ditadura militar e bisbilhoteiros profissionais.  Por meio de exploração de uma carta anônima, cuja divulgação, por si só, contraria a reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no que tange à utilização de provas ilícitas pelos veículos de comunicação, o jornal e o jornalista praticaram ilícito normatizados pela Legislação Brasileira.
A reportagem não seria publicada em um órgão de informação que procura preservar seu bem maior, qual seja: a credibilidade. Mesmo tendo sido alertado, através de notificação extrajudicial que a publicação de carta anônima que atribui à minha pessoa fatos caluniantes, difamatórios e injuriantes, sem qualquer tipo de comprovação, com absoluto vício de origem, é atitude inaceitável de um veículo de imprensa sério.
Ainda, agravante ao já exposto, o golpe baixo constituiu em transformar a carta anônima em “dossiê”, aproveitando-se da covardia do autor da carta, reconhecidamente apócrifa, inclusive por demais órgãos de imprensa, a exemplo da reportagem realizada pelo jornal Zero Hora do dia 16/08, página 13, que tratou a matéria como deveria. Tal atitude da Folha de São Paulo e do jornalista que redigiu a matéria é de uma má intenção evidente, haja vista que um “dossiê” é caracterizado por um documento formal dotado de fatos e comprovações desses, bem como deve ter autoria.
O resultado deste trabalho jornalístico, engordado com gráficos e fotos para dar mais corpo e importância ao assunto, contando, neste caso, com a cumplicidade do editor responsável, é, repito, prática de certo tipo de jornalismo afeito às sombras. Tanto é assim, que o texto publicado sequer garante a existência real do autor da carta anônima – “um suposto petista fundador do PT” .
Não é menor também, a questão de que minha candidatura estaria realizando “gastos excessivos”, situação fática totalmente mentirosa, uma vez que o limite de gastos eleitorais estipulados pelo Partido dos Trabalhadores/RS para o cargo de deputado federal nestas eleições é de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) e o valor declarado na primeira prestação foi de R$ 382.000,00 (trezentos e oitenta e dois mil reais).
É preciso apontar, ainda, que a intenção central da reportagem não é apenas atingir minha candidatura, mas também o PT e todos os seus demais candidatos, com a tentativa de criar um estigma que difame o Partido dos Trabalhadores, seus dirigentes e, por extensão, o Governo do Presidente Lula e a candidata a Presidenta da República, Dilma Rousseff, e também o candidato ao Governo do Estado, Tarso Genro.
O processo de tentativa de convencimento da reportagem é capcioso, pois tenta sustentar as “supostas” acusações contra minha pessoa no âmbito de minha vida pública e privada com referências do tipo “sucessor do ex-tesoureiro Delúbio Soares nas finanças do PT” ou “aliado do ex-deputado José Dirceu (SP)”, ou ainda, que assumi a diretoria de Finanças do PT, “após a queda de Delúbio no esquema do mensalão”. Mais ainda: escolhem para ilustrar a reportagem uma foto na qual apareço de grossos óculos escuros, com a intenção de me aproximar fisicamente a chefões de máfias ou coisa do gênero. Isto tem nome: maledicência, prejulgamento, parcialidade.
Se houvesse um mínimo de isenção na reportagem, além de transformar uma carta anônima em “dossiê”, por que o jornal não acrescentou os números de recuperação financeira do partido, obtidos com quatro anos de muito trabalho enquanto estive à frente da Secretaria das Finanças, com as contas partidárias devidamente prestadas ao TSE? Por que não explica aos seus leitores que, ao contrário da suspeita levianamente levantada pela reportagem, que todas as contas, de todas as campanhas e de todos os partidos, têm prestação parcial? Por que liga a covarde carta anônima, transformada pela reportagem em “suposto dossiê”, a outras duas denúncias de “supostos dossiês” – uma já esquecida, por ser infundada, e outra que ainda se encontra em investigação ?
Estas e outras indagações são questões que não podem passar “in albis”, assim como para minha candidatura não passará sem a devida atenção a busca incansável pelo autor desta carta infame, escrita por alguém com absoluta ausência de caráter e, sobretudo, criminoso. Estamos, eu e meus companheiros, imbuídos diuturnamente na busca deste ou destes autores que responderão em todas as esferas judiciais e na esfera partidária pelos atos inconsequentes que cometeram.
Paulo Ferreira 1351 Deputado Federal

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