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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Da série separação dos Bombeiros do RS

Bombeiros, até quando viveremos desprotegidos

A Copa de 2014 está se aproximando, e o que vemos de concreto na infra-estrutura em Porto Alegre? Nada, pois nossas autoridades só estão preocupadas com os estádios e hotéis. Mas, e se acontecer um sinistro? 

Nossos heróis do fogo estão morrendo a míngua. Além da histórica falta de recursos humanos, há defasagem em tecnologia, equipamentos e veículos. A capital conta apenas com dois caminhões Magirus, sendo que, um está há muito tempo estragado. E essas duas escadas só chegam ao 12° andar. Faz tempo que ultrapassamos esta altura. 

Para os mais velhos, que se lembram do incêndio, em abril de 1976, das Lojas Renner, imaginem um evento parecido com aquele."Não há como combater com eficiência, seria uma tragédia” palavras estas do comandante de uma unidade de Bombeiros da cidade. 

Enquanto em outros estados brasileiros há investimentos pesados na área de prevenção a incêndios, aqui, os bombeiros são deixados de lado. A média de repasse anual de orçamento da Brigada Militar ao Corpo de Bombeiro gira em torno de um milhão de reais. Enquanto isso, Santa Catarina, repassa 7% do orçamento, perto de R$ 40 milhões. 

Durante a Operação Golfinho, as unidades Assunção e Silva Só estão fechadas por falta de gente, pois foram redirecionados para o litoral. E pior, a zona sul continua fechada a mais de ano.

No mundo, os Bombeiros são autônomos, vinculados aos Municípios, Estados ou a nível Federal. 

No Brasil, em quatro estados brasileiros os Bombeiros ainda são vinculados à PM (RS, PR, SP e BA), sendo que Bahia e Paraná já estão com processo de desvinculação em suas Assembléias Legislativas. 

Portanto, essas atividades não possuem afinidades que justifiquem sua vinculação, obviamente sempre poderá haver apoio de ambas em determinadas circunstâncias. 

A Constituição Federal prevê a missão institucional dos Bombeiros, deixando clara a sua não subordinação as PM’s. Deixa claro ainda, que são duas instituições que prestam serviços diferentes e de forma autônoma. 

Uma instituição com identidade e autonomia possibilita ter maior sucesso na busca de recursos, nacionais e internacionais, evita a intermediação e o direcionamento destes, para outras atividades. Tem a garantia de verbas para manutenção e investimentos (orçamento próprio). 

Atualmente existem aproximadamente 2400 servidores que desempenham a atividade de bombeiro, sendo que a recomendação da ONU é de 01 bombeiro para cada 1000 habitantes. 

O RS possui uma população de 10.576.758 hab segundo o censo 2010 do IBGE, ou seja, seriam necessários 10.577 servidores no CB. 

Dos 496 municípios gaúchos, em apenas 93 existe uma unidade de Bombeiros. 

Segundo a Associação de Bombeiros do RS (ABERGS), com a metade do ideal poderia ser realizado um serviço de excelência, caso existisse a autonomia no RS. 

Para efetuar um grande evento em qualquer lugar do mundo um dos pré-requisitos é a estruturação dos Bombeiros para atuar caso seja necessário. A Copa de 2014 vem aí. Ou o Rio Grande evolui neste tema como os 23 Estados e o Distrito Federal, ou vamos ficar com um Corpo de Bombeiros cada vez mais defasado.

O governador Tarso Genro criou um Grupo de Trabalho para avaliar e propor alternativas aos Bombeiros. Isso é pouco, já que durante a campanha eleitoral através do site www.ideiasparaorscrescer.com.br  a tese mais votada foi justamente a separação do Corpo de Bombeiros. Vários integrantes da cúpula do partido se comprometeram com a separação. Depois da posse tudo mudou.

Como membro do Conselho Municipal de Justiça e Segurança de Porto Alegre, espero que este tema seja amplamente discutido com a sociedade gaúcha.

Para tanto, o governo pode propor audiências públicas nas cidades, através dos COREDES, através das Câmaras de Vereadores. Basta vontade política de dialogar e não se submeter às vontades de uma minoria (oficiais), que querem perpetuar suas vantagens e poder.

O Rio Grande ganhará com a separação.

4 comentários:

  1. Na ditadura se diziam lutadores pela liberdade. Agora comem nas mãos dos Coroneis como passaros domesticados pela fome. Será que realmente combateram a ditadura ?????
    Bem que na caserna os Coroneis dizem que civil é tudo pica-fumo e caga-pau. Na frente deles é diplomacia, mas por trás, os milicos dão rizada na cara da democrácia cagona que temos.

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  2. Não vou me identificar, mas sou Policial Militar de Igrejinha, perdi muitas coisas no deslizamento em meu municipio onde ocorre este tipo de ocorrência todos os anos, lembrando na minha cidade não tem Bombeiros, portanto segue meu desabafo.
    Uma verdadeira vergonha! No dia 17 ocorreu a primeira reunião para explicar a dinâmica de trabalho do GT(Separação Bombeiros). A imprensa nem fomentou o assunto, mas o pior, foi a mídia interna do Governo apenas entrevistar um lado (o contrário a separação), no caso a ABAMF, que disse que a separação dos Bombeiros iriam onerar o Estado. Será que a pessoa que falou isto entende da atividade de bombeiro, será que não sabe que está previsto na constituição federal a independencia dos bombeiros. Fico triste por ser uma pessoa que sempre acreditou na democracia, ver o Partido dos Trabalhadores direcionar o futuro dos bombeiros para os interesses pessoais dos poderosos (coronéis da Brigada Militar). Em quanto isto peço para o povo torcer para não ocorrer incêndios, acidentes com vítimas nas ferragens, enchentes e demais ocorrências.

    Hoje algumas pessoas tiram sarro da minha cara, dizendo.
    Teu partido te enrrolou ao dizer que ia separar os bombeiros.
    Bem feito para mim que sou do PT (Partido dos Troxas).

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  3. Verdade. Recordo como se fosse hoje um Oficial do PT gritando para um Deputado do PMDB que dizia que eles iriam emancipar os bombeiros "-BALELA, BALELA, VOCÊS FORAM GOVERNO COM MAIORIA NA AL E NÃO SEPARARAM." Somente o PT poderá dar esse passo para o progresso da corporação.
    Infelizmente, acho que até mesmo este Oficial esta abismado com a má vontade do partido em atender a reivindicação dos Bombeiros Gaúchos.

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  4. Anônimo, em 19 de agosto de 2011 21:17, em sua postagem citou a ABAMF... Pelo amor de Deus!!! Essa é uma que não da nem pra gastar saliva, tinta da caneta e/ou o dedo no teclado... sem comentários!!! Só ainda não perdeu a legitimidade no CNPJ.
    Quanto à premente (urgente) necessidade de desvinculação e de qualificação dos serviços prestados pelo CORPO DE BOMBEIROS no RS, digo que o único empecilho é a política (leia-se conveniência) dos gestores públicos e do comando da corporação, o qual percebe a separação como uma redução no status de seu comando e na "sensação" de perda de poder. Para justificar isso, muitas vezes recorrem a fatores históricos, dizendo que sempre foi assim, o que não é verdade, já que os Bombeiros, que eram independentes, foram encampados pela BM, na capital, em 1935, e no interior do Estado, somente a partir de 1949. Lembrando que os Bombeiros da capital já existiam desde de 1895, e em Pelotas, por exemplo, desde de 1901.
    Portanto não me venham com milongas, Senhores... chega de descaso com o serviço público de emergência: separar para fortalecer!!! Fortalecer a Policia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do RS, distinguindo-lhes, dando-lhes respeito e dignidade... identidade!!!
    ESTA SEPARAÇÃO NÃO É UMA QUESTÃO DE VONTADES: É UMA QUESTÃO DE NECESSIDADE E DE LÓGICA.

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